Tourigo, o berço da Touriga Nacional

E se for mesmo verdade? ... estaremos preparados? Para sermos mesmo o berço da touriga nacional? Algum tempo passou desde que lançámos aqui o desafio de propor Tourigo como berço da Touriga Nacional, essa encubadora de taninos dos melhores vinhos nacionais. A ideia ganhou raízes, a início muito circunscritas, para depois "arrepiarem" caminho e lançarem a sua semente por vários sítios do cyberespaço. Porque não é todos os dias que uma freguesia tem como "marca de água" o nome de uma casta como a Touriga Nacional, siga as novidades em Tourigo, berço da Touriga Nacional

terça-feira, 9 de outubro de 2007

O Rego de que se fala....

Caros confrades,
antes de mais dizer que é com agrado que vejo na rede a divulgação dos propósitos desta confraria.

Agora vou falar um pouco do famoso rego:
Para alguns o rego de que se fala é apenas um canal que transportou e transporta o liquido precioso, que durante séculos matou a sede aos horticulas e cereais que por sua vez mataram a fome dos autocnes desta terra.

Para outros que não os desta terra, mas de outra, que curiosamente tem no seu toponímico "rio" e um cereal (o tal das descamisadas ou desfolhadas..., e q agora é transgénico), trata-se de puro "saque", pois a água passa de uma bacia hidrográfica (a deles) para outra (a nossa) como por magia, deixando-os privados diariamente, principalmente na estação estiva de alguns hectolitros de água.

Outros há ainda que dizem, que o rego pela sua peculiaridade, e avanço tecnologico necessário para a sua construção (só comparado às Piramides de Gisé e Machu Picchu), não pode ser obra deste mundo...vai se lá saber de qual mundo então será.

A minha opinião é outra...

Um rego ou um canal, serve de transporte por gravidade de um liquido que não necessariamente a água.

O nome da aldeia abastecida pelo rego, sugere "Touro", e "Igo". Touro como todos sabem é o macho da vaca, que produz o leite. "Igo", não parece grande coisa não é.... mas é. Se nos debruçarmos sobre este nome, podemos constatar que "igo" não é mais do que as iniciais de Importante, Gás e Original...
Como dissem os nossos irmãos da "jangada de pedra":
"Yo no creo en las brujas....pero que las hay, las hay."

RF

Genesis Confrariae

Corria a noite de 6 para 7 de Outubro do ano 2007 da era cristã, quando, entre a levada de minis que se multiplicaram numa honrada mesa de um centro de culto/bar/pub/café na rosa do Caramulo - o Tourigo - nasceu, espontaneamente, a Confraria do Rego.

Com naturalidade, a mística da Confraria surgiu do convívio de profundos conhecedores de um dos maiores potenciais da encosta do Caramulo: o Rego do Esporão ou, melhor, o Rego que Cura!

A ideia já tinha fermentado em Setembro, num cenáculo "tri-pipeiro" em Tonda, mas o acaso determinou que os sete confrades oficializassem a Confraria no mês de Outubro. Ao testemunho vivo dos quatro digníssimos confrades naturais do Tourigo (Isabel, Rosário, Rui e Manuel), juntou-se o apoio e a partilha de outros três vindos do Caramulo (Miguel), de Gouveia (Patrícia) e da Lixa (Vítor). Entretanto, consta que já havia um novo confrade a caminho numa barriga.

A avalanche de ideias e saberes foi o marco das alongadas conversas onde se registou o nome do produto com mais saída para o futuro: leite com gás. Para lá disso, foi debatido o papel do rego paralelo, as sondagens das divindades que respiram à desgarrada, os frasquinhos com água do rego, os registos da base naval do rego (com um papel central a tempos que remontam ao período da Guerra Fria) e a importância estratégica do eixo "TouRego".

A Confraria ainda agora começou mas a estória do Rego que Cura no tempo perdura…

Reza a história...


Existe no Tourigo, datada de 1720, uma escritura de partilha da água por vários agricultores, com a anotação dos dias, horas e minutos a que cada um pertence e que deve constituir um dos mais preciosos manuscritos no género em todo o país.

O manuscrito foi considerado por um magistrado como um documento legal e perfeitíssimo que regula a partilha da água do conhecido rego do esporão há 266 anos. Trata-se de uma levada de água de abastecimento ao regadio do povo do Tourigo que, durante várias gerações, tem fertilizado as propriedades dos beneficiários e seus descendentes.

Actualmente, a caleira que conduz a água até ao Tourigo sofreu uma grande remodelação, sendo implantada uma nova, de raiz, ao lado da centenária já existente e que, pelo património que é por natureza, não foi destruído.

Texto adaptado do original disponível em http://www.tourigo.com/historia.html.