Tourigo, o berço da Touriga Nacional

E se for mesmo verdade? ... estaremos preparados? Para sermos mesmo o berço da touriga nacional? Algum tempo passou desde que lançámos aqui o desafio de propor Tourigo como berço da Touriga Nacional, essa encubadora de taninos dos melhores vinhos nacionais. A ideia ganhou raízes, a início muito circunscritas, para depois "arrepiarem" caminho e lançarem a sua semente por vários sítios do cyberespaço. Porque não é todos os dias que uma freguesia tem como "marca de água" o nome de uma casta como a Touriga Nacional, siga as novidades em Tourigo, berço da Touriga Nacional

quarta-feira, 4 de março de 2009

571: Tourigo2001


"571"?! Não, não é o início dos n.ºs de telefone do Tourigo... que é "871"...
Em ano de eleições, convém ter presente alguns dados. E já que, em 2011, vai haver um novo exercício de censos, relembra-se aqui sumariamente os resultados dos Censos 2001.
Reza então o esforço de "contagem populacional" que, em 2001, Tourigo tinha os seguintes dados: a população residente era de 571 pessoas; a população presente era de 567 indivíduos. Quanto às famílias, existiam 175, sendo que em termos residentes, contabilizavam-se 179 núcleos familiares. No total, registaram-se 254 alojamentos familiares e 253 edifícios.

Touriga na Linha

A Touriga está na moda, não há dúvida. Para que se registe, as tias e tios da linha de Cascais adoram-na e vale até um artigo sobre ela, cheio de "sal e pimenta".

Mais Cascais, Fevereiro 2009: "(...)Assim, socorrendo-nos dos ensinamentos de alguns dos maiores especialistas na matéria, vamos dar-lhe algumas “pistas” sobre aquela que, quase unanimemente, é considerada a maior das castas portuguesas: a Touriga Nacional. (...) Esta casta, que antes era chamada de Touriga Fina, no Douro, e de Tourigo, no Dão, sendo uma casta tradicional destas duas regiões portuguesas, encontra-se hoje espalhada por outras regiões portuguesas e por algumas regiões do chamado Novo Mundo (do vinho), em especial a Austrália (que, como se sabe, também produz em quantidade apreciável vinho fortificado dito do “Porto”, onde tal casta é muito utilizada). Esta casta, que após a crise filóxerica do século dezanove e à necessidade da utilização dos porta-enxertos, se tornou uma casta de produção modesta (hoje melhorada com o recurso à selecção clonal), produz vinhos com uma cor muito concentrada, muito em especial em vinhos jovens. Os vinhos produzidos com a Touriga Nacional têm taninos elevados, mas quase sempre macios. Os aromas da casta fazem lembrar frutos silvestres, muito maduros. Nas suas duas regiões de eleição (o Douro e o Dão), esta casta era utilizada habitualmente em conjugação com outras castas, até porque, com já se referiu, a sua produção é, em geral, muito baixa. Com a moda dos vinhos ditos varietais (de uma só casta), que, em Portugal, surgiu apenas recentemente (embora seja tradicional em algumas regiões vinícolas além fronteiras, como a Borgonha, mais classicamente, e o Novo Mundo, mais modernamente), os vinhos elaborados exclusivamente (ou quase) com a Touriga Nacional passaram a ser reconhecidos, só por ostentarem o nome da casta, como dos melhores do país.
É verdade que muitos destes vinhos produzidos apenas com Touriga Nacional se encontram entre os bons vinhos portugueses, em especial, quanto a nós, no que respeita aos vinhos produzidos na região do Dão com as ditas uvas. Mas também é verdade que nem sempre “Touriga Nacional” é, só por si, sinónimo de qualidade assegurada (embora seja quase sempre sinónimo de preço elevado assegurado). (...) A fama da casta tem sido reconhecida além fronteiras, com autores tão afamados como Jancis Robinson a considerarem a Touriga Nacional como uma casta de “superb quality”. E merecidamente, pois trata-se da que é provavelmente a melhor casta nacional. Citando João Nicolau de Almeida, “trata-se de uma nobre e delicada variedade mas, como tudo o que é fino e elegante, precisa de ser tratada com todos os cuidados.” O vinho produzido com esta casta “bebe-se bem só, é equilibrado e beneficia qualquer lote que entra. É um verdadeiro vinho generoso: tem para si e para dar.” Mais palavras para quê?
saltandpepper@maiscascais.com"