Tourigo, o berço da Touriga Nacional

E se for mesmo verdade? ... estaremos preparados? Para sermos mesmo o berço da touriga nacional? Algum tempo passou desde que lançámos aqui o desafio de propor Tourigo como berço da Touriga Nacional, essa encubadora de taninos dos melhores vinhos nacionais. A ideia ganhou raízes, a início muito circunscritas, para depois "arrepiarem" caminho e lançarem a sua semente por vários sítios do cyberespaço. Porque não é todos os dias que uma freguesia tem como "marca de água" o nome de uma casta como a Touriga Nacional, siga as novidades em Tourigo, berço da Touriga Nacional

sábado, 3 de novembro de 2007

Novo aeroporto....

A CIP – Confederação da Indústria Portuguesa apresentou recentemente um estudo sobre a localização “Alcochete” para a construção de um novo aeroporto internacional.
O documento diz que se o novo aeroporto for construído em Alcochete, o Estado poupará três mil milhões de euros.
A CIR – Confrarias Internacionais dos Regos também irá apresentar o seu estudo, tendo como base a localização do novo aeroporto na zona do Rego.
Este estudo está a ser elaborado por técnicos altamente reconhecidos nesta matéria e, embora a investigação ainda esteja em fase embrionária, podemos desde já adiantar que existirá uma poupança para o Estado na ordem dos seis mil milhões de euros ou mais.
Segundo o estudo, ao optar pela localização do aeroporto na margem esquerda do Rego, a necessidade de construção de novas pontes ou túneis não se coloca, ao contrário de Alcochete. Existe agora, como todos sabem, uma estrada paralela ao Rego, que com ligeiras beneficiações permitiria servir a futura infra-estrutura.
O problema já seria maior, se o estudo, por motivos ambientais, apontasse para a margem direita do Rego. Embora existam travessias sobre a Ribeira da Marruge, quer na estrada Nacional 228, quer a montante, que permitiriam na mesma poupar nestes artigos, em relação a Alcochete o cofre do Estado, o problema seriam as acessibilidades na localidade Pousadas, pois aí as estradas necessitariam de obras de enorme volume incomportáveis e dificilmente tornariam esta opção competitiva.
JSR

Façam o favor de serem gulosos...




Para prato principal, temos:


Chanfana à Moda do Rego.





Ingredientes:


- Carne de carneiro velho (Experiente para sermos mais “diplomáticos” com o animal…)
- Vinho tinto, de preferência com castas há muito implantadas na região, tais como: “Jaen”, “Maria Gomes”, “Baga” e claro está “Touriga Nacional” (curiosamente, era até há poucos anos conhecida no Tourigo por "Preto Mortágua").
- Louro, (Laurus nobilis) podemos encontrar a montante do Rego algumas árvores de pequeno porte, que fazem parte da paisagem narrada de forma excepcional pela nossa “confrade” PN)
- Colorau (o bom, era aquele que se vendia a avulso no Sr. Zé Filipe, embalado em pequenos cones de papel!)
- Alho, tal como o fiel amigo “tuga” bacalhau, a chanfana também o quer…
- Salsa, servirá de mote à dança que se irá realizar mais tarde no forno.
- Sal, o cristal que não dispensamos em nenhum tempero da nossa alimentação.
- Piri-Piri, uma vagem ou duas de “gindungo” é suficiente para “dinamitar” a carne do velho carneiro.

Preparação:
Após agarrar o carneiro, tarefa que não é nada fácil, o animal é abatido, esfolado e esventrado (de preferência por essa ordem).
Em seguida, a carcaça é “desmanchada” em pequenos pedaços, disformes mas de tamanho mais ou menos regular, com recurso a lâminas e cutelos bem afiados para não “amarfanhar” a carne.
Posteriormente, a carne é colocada carinhosamente numa padela de barro preto de Molelos - terra dos arqui-rivais futebolísticos de outros tempos.
Em seguida, são colocados os restantes ingredientes: sal, louro, alho, colorau, salsa e piri-piri, regando-se tudo com vinho numa quantidade suficiente que permita a todos os pedacinhos de carne ensoparem-se no precioso néctar.


A padela é, então, coberta com um pano e levada para um local fora do alcance de gatos e outros carnívoros e fica assim em estágio, durante pelo menos um dia.

Após o estágio começa a “dança” e a carne vai finalmente a assar.
O “palco” escolhido para este “baile” é o forno de lenha. Este local deverá ser bem aquecido com recurso a lenha seca de boa qualidade, que não liberte odores, que prejudiquem a performance dos “dançarinos”.
O calor no forno deverá ser tal que os “dançarinos” se fundam num só, mas sem se queimarem.
Após três horas de verdadeiro “prazer carnal”, finalmente a padela sai do “palco” e vai para os “camarotes”.
À espera dos ilustres dançarinos estão uns velhos amigos: os grelos, as batatas cozidas, a broa de milho e, claro está, o vinho.
Todos juntos vão para a mesa e deleitam-nos com o seu sabor.
PS: O “Biribau” e o “Vinho do Porto de Foz Côa” também já foram ilustres amigos numa determinada mesa!!!
RF