Tourigo, o berço da Touriga Nacional

E se for mesmo verdade? ... estaremos preparados? Para sermos mesmo o berço da touriga nacional? Algum tempo passou desde que lançámos aqui o desafio de propor Tourigo como berço da Touriga Nacional, essa encubadora de taninos dos melhores vinhos nacionais. A ideia ganhou raízes, a início muito circunscritas, para depois "arrepiarem" caminho e lançarem a sua semente por vários sítios do cyberespaço. Porque não é todos os dias que uma freguesia tem como "marca de água" o nome de uma casta como a Touriga Nacional, siga as novidades em Tourigo, berço da Touriga Nacional

sábado, 3 de novembro de 2007

Façam o favor de serem gulosos...




Para prato principal, temos:


Chanfana à Moda do Rego.





Ingredientes:


- Carne de carneiro velho (Experiente para sermos mais “diplomáticos” com o animal…)
- Vinho tinto, de preferência com castas há muito implantadas na região, tais como: “Jaen”, “Maria Gomes”, “Baga” e claro está “Touriga Nacional” (curiosamente, era até há poucos anos conhecida no Tourigo por "Preto Mortágua").
- Louro, (Laurus nobilis) podemos encontrar a montante do Rego algumas árvores de pequeno porte, que fazem parte da paisagem narrada de forma excepcional pela nossa “confrade” PN)
- Colorau (o bom, era aquele que se vendia a avulso no Sr. Zé Filipe, embalado em pequenos cones de papel!)
- Alho, tal como o fiel amigo “tuga” bacalhau, a chanfana também o quer…
- Salsa, servirá de mote à dança que se irá realizar mais tarde no forno.
- Sal, o cristal que não dispensamos em nenhum tempero da nossa alimentação.
- Piri-Piri, uma vagem ou duas de “gindungo” é suficiente para “dinamitar” a carne do velho carneiro.

Preparação:
Após agarrar o carneiro, tarefa que não é nada fácil, o animal é abatido, esfolado e esventrado (de preferência por essa ordem).
Em seguida, a carcaça é “desmanchada” em pequenos pedaços, disformes mas de tamanho mais ou menos regular, com recurso a lâminas e cutelos bem afiados para não “amarfanhar” a carne.
Posteriormente, a carne é colocada carinhosamente numa padela de barro preto de Molelos - terra dos arqui-rivais futebolísticos de outros tempos.
Em seguida, são colocados os restantes ingredientes: sal, louro, alho, colorau, salsa e piri-piri, regando-se tudo com vinho numa quantidade suficiente que permita a todos os pedacinhos de carne ensoparem-se no precioso néctar.


A padela é, então, coberta com um pano e levada para um local fora do alcance de gatos e outros carnívoros e fica assim em estágio, durante pelo menos um dia.

Após o estágio começa a “dança” e a carne vai finalmente a assar.
O “palco” escolhido para este “baile” é o forno de lenha. Este local deverá ser bem aquecido com recurso a lenha seca de boa qualidade, que não liberte odores, que prejudiquem a performance dos “dançarinos”.
O calor no forno deverá ser tal que os “dançarinos” se fundam num só, mas sem se queimarem.
Após três horas de verdadeiro “prazer carnal”, finalmente a padela sai do “palco” e vai para os “camarotes”.
À espera dos ilustres dançarinos estão uns velhos amigos: os grelos, as batatas cozidas, a broa de milho e, claro está, o vinho.
Todos juntos vão para a mesa e deleitam-nos com o seu sabor.
PS: O “Biribau” e o “Vinho do Porto de Foz Côa” também já foram ilustres amigos numa determinada mesa!!!
RF

Sem comentários: