Tourigo, o berço da Touriga Nacional

E se for mesmo verdade? ... estaremos preparados? Para sermos mesmo o berço da touriga nacional? Algum tempo passou desde que lançámos aqui o desafio de propor Tourigo como berço da Touriga Nacional, essa encubadora de taninos dos melhores vinhos nacionais. A ideia ganhou raízes, a início muito circunscritas, para depois "arrepiarem" caminho e lançarem a sua semente por vários sítios do cyberespaço. Porque não é todos os dias que uma freguesia tem como "marca de água" o nome de uma casta como a Touriga Nacional, siga as novidades em Tourigo, berço da Touriga Nacional

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Emissora da Beira Riso

... não precisa de palavras e vale sempre a pena recordar...

e não resistindo à cereja em cima do bolo...

"Manifestações vivas" do Touriguês

É destas preciosidades que se faz o brilho dos dias... o recente comentário do mui honrado "talhadouro" ou regoaspirante R. captou o que de mais genuíno se faz por estes lados:
Saudações Regonianas,
Apesar de ser um "outsider" nestas lides, deixo aqui o meu contributo a este património linguístico. Depois de, a convite de um ilustre confrade do Rego, ter sido presenteado com uma tarde de trabalho àrduo na Regolândia, fui testemunha de duas manifestações vivas do Touriguês: "chorar como as mimosas" e "embuziado".
E aqui ficam mais exemplos, saborosos como castanhas, do Touriguês, património cultural incontornável a preservar:
"chorar como as mimosas" e "embuziado".

Muito bom...
Sempre atentos,
Os confrades do Rego

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Topónimos | actualização

No meio de ventania, brisa fria e brilho de sol já de invernia,
eis que chega um comentário enriquecedor de AHC, que JSR agradece:



Alguns topónimos:
Tintuleiro (ou Tintoleiro?)
Vale do Chileiro
Mão-fundeira
Eira-fundeira
Rianga
Fundarrua (fundo-da-rua, mas mais interessante a 1.º forma...)

Há mais, mas por hoje chega...Um abraço!
AHC

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Sugestões: Estrunfes e Deolinda

Num dia de sol e de vento frio, como hoje, nasciam, há cinquenta anos atrás, os Estrunfes (ou Smurfs), esses seres azuis e pacíficos que viviam em cogumelos! Se encontrarem por aí algum, não estranhem, eles andem aí! Mais info. para saudosistas dos "bonecos" dos anos 80, ver em http://www.smurf.com/home-en.
Entretanto, para animar, aqui fica uma banda sonora para o fim-de-semana:


Deolinda
http://www.deolinda.com.pt/


O entendido na cena electro-acústica,
JSR
... Fon-fon-fon

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Hora de Inverno

Não se esqueçam de atrasar o relógio 1 hora de sábado para domingo!
Isto é que é um bónus...

Instantâneos de Outono

Um sopro quente no Outono.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Touriga... em busca das origens

Mais uma referência, entre muitas...

Touriga Nacional, a caminho do estrelato
por Virgílio Loureiro


Nascida no Dão, a Touriga Nacional é hoje um fenómeno de popularidade junto dos consumidores e produtores de todo o País. E mesmo lá fora, muitos voltam já os seus olhos para esta nobre casta portuguesa. (...)

Uma Casta Nascida no Dão
A fama dos vinhos do Dão é devida, em boa parte, a esta casta, que, no passado, antes da crise filoxérica, era largamente dominante nos vinhedos da região.
António Augusto de Aguiar, que em 1866 fez uma descrição dos Processos de Vinificação Empregados na Província da Beira, afirmava que o vinho desta região era, em geral, de Tourigo quase estreme.
Também o Mestre Cincinnato da Costa, na sua obra monumental "O Portugal Vinícola", afirmava, em 1900, que o Tourigo no Dão entrava nas plantações numa proporção de 9/10.
Este predomínio, quase absoluto em algumas sub-regiões, antes da filoxera é, aparentemente, estranho numa viticultura que sempre se caracterizou por uma grande promiscuidade de castas e um enorme desordenamento vitícola.
A principal explicação para tal facto reside, não só na grande capacidade produtiva e qualidade das suas uvas, mas também na sua fraca sensibilidade às doenças causadas por fungos, que lhe permitiu sobressair das restantes na difícil luta contra o flagelo do oídio na segunda metade do século passado.
Mais enigmático, porém, é o seu súbito declínio depois da filoxera. De facto, a reconstituição dos vinhedos que então se operou não permitiu manter o potencial produtivo da casta devido, provavelmente, à falta de adequação dos porta-enxertos americanos utilizados, que, enaltecendo o vigor da casta, conduziam ao seu desavinho característico. Por outras palavras, a casta passou a produzir muita parra, mas pouca uva.
Os vinhos de Touriga são maciços de cor, apresentando-se em certos anos completamente opacos Na região do Dão a Touriga Nacional é conhecida, normalmente, por Tourigo, embora se lhe reconheçam vários sinónimos, tais como Preto Mortágua, Mortágua, Elvatoiriga ou Tourigo Antigo.
Este facto é relevante, pois a existência de uma pequena aldeia, entre Tondela e Santa Comba Dão, com o nome de Tourigo constitui um argumento importante para considerar esta casta originária do Dão. Também não deixam de ser significativos os sinónimos Mortágua e Preto Mortágua, surgidos a partir do topónimo da vila vizinha de Santa Comba Dão. Em contrapartida no Douro não se lhe conhece nenhum sinónimo com conotação geográfica.

Os estudos de variabilidade genética demonstraram que o seu coeficiente de variabilidade é muito grande, tanto no Douro como no Dão, sugerindo que é cultivada, nas duas regiões, desde um passado longínquo. No entanto, esta variabilidade é sempre maior no Dão, confirmando as descrições da maioria dos autores antigos, que a consideraram sempre mais cultivada no Dão que no Douro. Há mesmo um autor anónimo, em 1849, citado por Pinto Menezes, que refere que a Touriga foi introduzida no Douro para dar côr aos vinhos, pois em Inglaterra tinham passado de moda os vinhos descorados e começavam a ser preferidos os vinhos mais carregados de côr.

in "Revista de Vinhos", nº 146, Janeiro de 2002 , cit. in http://www.domteodosio.com/po/red.html?id=22, acesso em 17.10.2008

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Sopas do Rego com castanhas e cogumelos

Aqui fica uma sugestão para um início de refeição à Rego:

Ingredientes
1 alho francês
1 talo de aipo
1 cebola
2 cenouras
500 g de castanhas descascadas (congeladas)
1,2 l de água

sal, pimenta e cravinho
2 fatias de bacon
uma mãozita de cogumelos frescos

boa disposição q.b.

Preparação
Comece logo pela boa-disposição, considerando-a em todos os momentos da preparação.
Uma vez lavados na frescura da água do Rego e com cortes certeiros, deite num édredon de azeite o talo de aipo, o alho francês e a cebola em rodelas. Tape e leve a lume brando, a tomar cor. Neste concerto, junte cordialmente uns pedacinhos de bacon. De seguida, adicione as cenouras lavadas, devidamente peladas e cortadas em rodelitas, fazendo acompanhá-las para esta festa pelas castanhas. Após uma revira-volta dos elementos, regue com a água a ferver. Tape e deixe os ingredientes conversarem até as castanhas estarem macias.
Num passo de magia, transforme tudo em puré, adicione o leite, tempere com sal, pimenta e um cravinho. A seguir?... Fervura branda até esmorecer.
Entretanto, leve os cogumelos a banhos para libertarem as impurezas. Aconchegue-os depois numa frigideira, salteando-os num fio de azeite, até se maquilharem a preceito (tenha atenção para que fiquem bem salteados, sem água).
É chegado o momento de juntar os convidados. Sirva o creme nas malgas, deixando cair no centro a neve de cogumelos salteados.

Se puder, tenha ainda o bónus de uns cubinhos de pão estaladiço ou umas farripas de queijo da serra curado para os que quiserem compor o creme, que já de si é bem composto!

Curiosidades sobre Tourigo

Aqui ficam algumas referências ao Tourigo na regosfera:
*Nome de Tourigo
Em 1527, Tourigo chamava-se "Toryguo", in Concelho de Besteiros em 1527, http://arlindo-correia.com/200408.html

*D. José Manuel de Carvalho
31.º bispo. Foi este prelado nascido em Tourigo, freguesia do Barreiro, Tondela (16.IX.1844), fazendo o curso do Seminário em Viseu, onde se ordenou, dedicando-se depois à missão de preceptor dos filhos do marquês de Roriz, em S. Pedro do Sul, acompanhando-os até à Universidade, onde, por sua vez, se formou em Direito (1871). Em Viseu desempenhou alguns cargos, tais como o de professor no Liceu e de Teologia no respectivo Seminário. Apresentado para o Bispado de Macau (4.II.1897), apresentação dirigida pelo então ministro da Marinha e Colónias, o ilustre terceirense conselheiro Jacinto Cândido da Silva, de quem fora amigo e colega universitário, veio a receber confirmação papal (19.IV) e logo sagrado (29.VIII), embarcando para o seu destino a desempenhar-se de tão elevado cargo. in http://www.agencia.ecclesia.pt/diocese/pub/11/noticia.asp?jornalid=11&noticiaid=22073

*Linhagem Matos em Portugal
Felicidade de Matos, nascida a O1.04.1830 em Tourigo, Barreiros, Tondela, Viseu, Portugal
Pais: João Justino e Maria Josefa de Matos,
in http://familia.mattos.googlepages.com/linhagem_mattos.html

*O ensino das primeiras letras no concelho de Tondela (1772-1910),
António Manuel Matoso Martinho
"(...) de 1900 a 1910 instituíram-se escolas masculinas em Botulho, Muna, Ermida, Tondela, Sangemil; escolas femininas em Mouraz, Parada, Sangemil, Janardo, Vilar, Muna, Guardão, Múceres e Tondela, e escolas mistas em Tourigo, Muna, Alvarim, Póvoa de Rodrigo Alves, Ribeira, Várzea de Lobão e Fial.", p. 54, in http://www4.crb.ucp.pt/biblioteca/Mathesis/Mat13/Mathesis13_47.pdf

*Invasões francesas: Batalha do Buçaco
"(…) Por seu turno o general Sainte-Croix, explorando os arredores de Mortágua com o tenente Mascarenhas, encontrara um campónio, a quem o oficial português interrogou e que declarou haver um caminho praticável à artilharia e que ligava Mortágua com a estrada que ia de Tondela por Tourigo ao Sardão, admirando-se que na marcha de Vizeu para Mortágua não tivessem visto essa estrada 4. (…)",
in http://www.arqnet.pt/portal/portugal/invasoes/bussaco02.html

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Convite para "instantâneos" de Outono

Já apetece uma sopa quente, um naco de pão caseiro com doce de abóbora a escorregar. Não tarda, as castanhas estalam nas crepitantes fogueiras dos magustos e as gargantas estarão sequiosas de jeropiga.
Até lá, as cores do Verão ganham asas e poisam outras nas árvores, nos campos, no horizonte.
Com toda esta "azáfama", JSR resolveu lançar um convite a todos quantos queiram partilhar as fotos de eleição dos dias de Outono. Seria interessante ver as diferentes perspectivas, por exemplo, sobre as vindimas, os entardeceres preguiçosos, os campos, o sol e a chuva, os rebanhos e o cão de guarda, o fumo das lareiras a boiar no ar e a abraçar as nuvens, o pão, um bolo acabado de fazer, os enchidos, o Rego!, etc..
O convite está feito. Se o aceitarem, enviem os "instantâneos" do Outono para o endereço
confrariadorego@sapo.pt, com a opção de juntarem uma breve descrição do que a foto retrata ou da ocasião em que foi tirada.
JSR ficará deliciado em publicá-los e agradecido pela partilha.

Ideias em fermentação

Existem várias referências bibliográficas que apontam o Tourigo como origem da casta Touriga Nacional, tal como já avançámos noutros posts. No entanto, não é só por cá que se une com forte gravinhas Tourigo à Touriga Nacional. JSR andou a pesquisar e eis os resultados:

Oz Clarke's Grapes and Wines: The Definitive Guide to the World's Great Grapes and the Wines They Make
Por Oz Clarke, Margaret Rand
Publicado por Harcourt Trade Publishers, 2007
ISBN 0156032910, 9780156032919
"There is a village called Tourigo in the Dao, and nearby is another village called Mortagua...
."
Port and the Douro
Por Richard Mayson
Publicado por Mitchell Beazley, 2004
ISBN 1840009438, 9781840009439
"It is sometimes known here as Preto Mortagua and there is a village in the heart of Dao between Santa Comba Dao and Tondela named Tourigo. ..."
Ref. já mencionadas:
  • Gonçalves, Elsa M.F., 1996, Variabilidade Genética de Castas Antigas de Videira
  • Matoso, António Manuel Martinho, 1985, O concelho de Tondela - História e Património
Sugere-se ainda a leitura da reportagem O Regresso áureo do Dão, BlueWine, in http://www.essenciadovinho.com/bluewine/php/reportagens.php?id=25:
No Dão, o exemplo é notório na reconversão e replantação, que surte os seus frutos. Relevante mas polémico é o caso da Touriga Nacional. Para Calisto Mouta, da CVR do Dão, a aposta nas castas nacionais Tinta Roriz, Alfrocheiro e Touriga Nacional “foi essencial neste recomeço”. A notoridade da região “foi conseguida com a Touriga Nacional, até porque antes da filoxera havia 91% de Touriga Nacional plantada na região, o que demonstra que este é o seu ‘habitat’ natural e, numa prova cega desta casta, a que aparece com mais exuberância é a Touriga do Dão”, acentua Calista Mouta. Aliás, terá sido aqui o “berço da Touriga”, onde afectivamente lhe chamam “tourigo”.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Tourigo e Touriga Nacional: sem dúvida, imagens que marcam!

Mais um passo está dado para que Tourigo se afirme no mapa, como o berço da casta lusitana Touriga Nacional.
As ideias são como os cachos: vão amadurecendo e depois de colhidos pelas meigas mãos dos que vindimam, dão generosamente os seus resultados no néctar precisoso do Dão.
Não foi assim há muito tempo que JSR começou por lançar aqui a ideia do Tourigo ser a zona de origem da Touriga Nacional.
Parece fazer todo o sentido e questionamo-nos porque é que esta ideia não foi ainda aprofundada e explorada nas suas variadas vertentes, o que poderia ter, como já dissemos anteriormente, reflexos ao nível da promoção turística do Tourigo.
Senão, vejamos o recente exemplo do programa que "Imagens de Marca" (ver mais detalhes na notícia "Reportagem Imagens de Marca - Região de Viseu" do TourigOnline). O mote está lançado e, numa altura em que o enoturismo está em voga, a cada época de vindimas findada, é também mais uma hipótese que passa para congregar atenções para o Tourigo.

Aqui fica um brinde aos jornalistas do "Imagens de marca" que se interessaram pelo assunto e à equipa do TourigOnline que se lembrou da Confraria do Rego. Estamos honrados em termos podido ajudar.
Entretanto, a todos quantos queiram partilhar o vosso conhecimento e opinião sobre o tema, são bem-vindos.
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Imagens de Marca - excertos
Quebrar o gelo das marcas, em Viseu
Terão os vinhos de Portugal nascido no Dão, de uma dádiva de Baco? E se assim foi, talvez essa dádiva tenha sido plantada na aldeia de Tourigo, numa casa que já foi uma comunidade monástica, e aí tenha sido baptizada de Touriga.
O certo é que a Touriga Nacional é hoje considerada a rainha das castas tintas portuguesas e, na minha opinião, aquela que pode dar estrutura internacional à marca dos vinhos portugueses.
A Touriga Nacional é uma marca activa há já alguns séculos. Foi a casta que prevaleceu na região do Dão até ao séc. XIX e que foi muito relevante no Douro antes da invasão da filoxera. Depois passou de casta principal a casta maldita - produzia muita parra e pouca uva e assim ficou conhecida. Mas como a qualidade nos vinhos sempre foi determinante, hoje é a casta mais elogiada em Portugal. (...)
Criada no Dão e educada no Douro, a Touriga Nacional é hoje uma casta adulta, supra-regional e que tem despertado interesse um pouco por todo o mundo, constituindo uma oportunidade única para afirmar, internacionalmente, a marca dos vinhos portugueses. (...)
A Touriga Nacional é uma das grandes marcas do nosso país, e pela excelente reputação que tem conquistado um pouco por todo o mundo, pode bem ser o cavalo de Tróia que precisamos para posicionar a marca dos nossos vinhos nos mercados internacionais.
Mas neste, como em muitos outros casos, não bastam as dádivas de outros “Bacos”, nem é suficiente a qualidade intrínseca dos produtos. É urgente modernizar, divulgar e, sobretudo, concertar uma estratégia nacional de demarcação e protecção desta nossa marca.
Os grandes empreendimentos do futuro fazem-se de pequenos gestos no presente, pelo que apenas um copo da nossa Touriga de Portugal, possa ser o quanto baste para descongelarmos todo o potencial das nossas marcas.
No centro de Portugal
Nesta região protegida por inúmeras serras é fácil encontrar um lugar tranquilo, verde, onde se respira ar puro mas também é fácil encontrar sinais de uma indústria forte, uma indústria que aposta na situação geográfica de Viseu, hoje dotada de boas infra-estruturas rodoviárias, como uma opção estratégica. Para muitos, a centralidade de Viseu é um atractivo e a proximidade com Espanha abre a porta para outros mercados.
Mercados onde também chega o vinho português, incluindo o Dão, que está a ganhar novamente o vigor de outros tempos. E se o local de nascimento de D. Afonso Henriques pode levantar algumas dúvidas, a origem de outros símbolos portugueses não parece não causar grandes hesitações. Um dos maiores aliados do Dão terá nascido aqui e também eleva o nome do nosso país e dos nossos vinhos. É uma casta e chama-se Touriga Nacional.
in http://imagensdemarca.sapo.pt/opinioes/detalhes.php?id=1112

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Beneficiação da Levada do Tourigo

Numa altura em que decorrem os melhoramentos da ER 228, encontrámos no "REGOogle" uma referência histórica ao Rego, em concreto sobre a beneficiação do mesmo:

Arquivo coimbrão, p. 183
Em 1956, realizou a Direcção Hidráulica do Mondego, em colaboração com os proprietários interessados, dada por intermédio do Grémio da Lavoura, a obra de Beneficiação da Levada do Tourigo, no concelho de Tondela, levada antiquíssima, sobre a qual existem referências a sentenças judiciais imemoriais, e que media 2.905 metros.

Levadas, talhadouros e caleiros há muitos, mas como este rego de 2.905 metros e sobre o qual existem registos de "sentenças judiciais imemoriais"... nem por isso!

Um Rego, um ano... 1.º aniversário!

Onde tudo começa
REGO...
Cerca de 3000 metros de paciente caminhada.

Desde a nascente, onde se domestica, passando pelas "Almas" e moínhos, até chegar à "Poça". Património cultural, físico e ambiental de reconhecida importância que deve ser acarinhado e preservado.
Um ano em redor dele, correndo pela sua veia e desaguando pelos talhadouros virtuais mais perto de cada um de nós.
Uns tornaram-se regantes atentos, outros regófilos, regantes com 3 horas de água, outros ainda "sem Rego" ou mesmo homo regus...

... enfim, inventou-se o "Regonês", as "Tainadas", as "Chanfanas" e outras andanças que tais. No Rego com os tachos passou a ser um ponto alto da gastronomia regoniana e as incursões da National Regography desbravaram caminho. Não que ninguém o tivesse já feito (não se inventou a roda, claro está!... ou melhor, a mó... apenas a tentámos mover outra vez, desta feita, de forma diferente).
Falou-se ainda do potencial turístico desta "coluna vertebral aquática" tão antiga e fomos, em caminhadas marcantes, até aos moínhos "escondidos", não sem antes dar conta da fauna e da flora destas paragens (as chibitas, as frísias e malhadas, a palha ponta e a palha da burra, etc.).
A "Agência Rego" procurou estar atenta aos comentários de todos e deu notícia de vários eventos e projectos (quem não se lembra dos acessos ao novo aeroporto pelas Pousadas, do Regonário e da Regoterapia? Ou até da Tribo dos Sem Bunda em paragens de Viseu? Ou dos acessos à auto-estrada do Centro?).

João sem Rego interessou-se ainda pela Touriga Nacional e, timidamente, abordou a ideia que mais parece fazer sentido: a de que Tourigo poderá ser o berço da casta de uva mais famosa de Portugal, a Touriga Nacional.
Para além disso, arregaçou as mangas e andou pia cima, pia baixo a escutar as expressões do Touriguês e à procura de notas sobre o Manuscrito do Rego, não sem antes recordar o Posto do Leite (origem do leite com gás).

Para além do interesse por outros regos (Piódão, por ex.), tudo isto se passou no Reino Maravilhoso do Rego, onde houve lugar para desportos diversos (rally do Rego e a Rampa do Rego; Touriguistão; temporada especial "Rego.TE", com regatlo e futRego) e artes (como a poesia e o Museu do Rego em parceria com o Comendador João Bernardo da Tojosa).

... Por fim e para todos, há a Confraria e o Leite Com Gás, que hoje fazem um ano... sempre a borbulhar!
Bem haja!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Qualidade da água e o gás lacteo do Rego

Estão a ver?!?! A importância da água é indiscutível. E a nós, por sermos uma Confraria com origem aquática (com outras derivações mais gasosas, entenda-se), preocupa-nos as notícias que vêm pelos caleiros virtuais, ainda para mais depois de se ter assinalado ontem o Dia Mundial da Água. Desta feita, é sobre a qualidade da água consumida pelos portugueses:
Milhares de portugueses continuam a beber água contaminada com bactérias nocivas à saúde. Cerca de 65 mil pessoas são servidas por sistemas de abastecimento onde, em 2007, todas as análises efectuadas revelaram a presença de Enterococos, segundo dados do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR). Em 2006, eram 71 mil.

Ora, se isto são estatísticas nacionais, que extrapolação poderá ser feita para o Rego e arredores? A Agência Rego foi ver o que se passava e, nas Águas do Planalto, estão disponíveis dois relatórios trimestrais de 2008 para o concelho de Tondela (sendo que Tourigo aparece apenas no primeiro).
Como não especificam o Rego, fazemos apenas fé na acção desinfectante do gás lacteo destas paragens!

Bicicletada a partir do Tourigo

Pergunta feita, resposta obtida:

Não será uma caminhada no seu sentido literário, mas antes uma bicicletada.
A hora de reunião está, então, marcada para as 8h30 do próximo domingo, por baixo do castanheiro que dá cobro à AFERT.
Necessário será apenas levar a dita cuja de duas rodas, de preferência com os pneus cheios, bem como o capacete e a roupa adequada. Eventualmente algum reforço para ir animando o estômago durante o passeio.

A partida será às 9h em direcção ao percurso que aqui poderão observar: http://tourigo.com/publico/BTTourigo.jpg.

O Rego estará presente, nem que seja pelo facto de também ele desaguar, por via indirecta, nos braços do Mondego lá para os lados da Aguieira.


Pelos trilhos do Rego,
JSR

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

5 de Outubro: a caminhar até à Aguieira

Destacamos aqui o que um atencioso leitor regante avançou num recente comentário:

"No próximo domingo [5 de Outubro], a manhã está já dedicada a uma voltinha no sopé do nosso Caramulo, até vales da Aguieira, onde o famoso líquido do esporão se junta com os seus congéneres do Mondego. Uma volta com alguns quilómetros que tem hora de saída marcada para as 9h da manhã."

Desde já, agradecemos a informação.
No entanto, gostaríamos que fossem providenciadas mais indicações sobre a caminhada (ex.: local da partida, logística necessária, etc.), para que todos os que estiverem interessados possam participar!

Outubro em festa

Já chegou o mês de Outubro...
O mês em que, há um ano, nascia a borbulhagem do Rego...
Mês (ainda) de vindimas, de jeropiga, castanhas, da República, de festa... Aqui fica um exemplar da festa (constante) no reino maravilhoso!



Hoje comemora-se também o dia nacional da água... e, por associação, de todos os regos de Portugal.
JSR teve acesso às conclusões das análises feitas pela Quercus, que revelam níveis insatisfatórios das águas de 14 rios e ribeiras portugueses. Assim e não ficando satisfeitos com a situação geral, podemos pelo menos fazer fé na pureza do Rego e do seu gás, que alimenta a agricultura e a imaginação do Tourigo.