Tourigo, o berço da Touriga Nacional

E se for mesmo verdade? ... estaremos preparados? Para sermos mesmo o berço da touriga nacional? Algum tempo passou desde que lançámos aqui o desafio de propor Tourigo como berço da Touriga Nacional, essa encubadora de taninos dos melhores vinhos nacionais. A ideia ganhou raízes, a início muito circunscritas, para depois "arrepiarem" caminho e lançarem a sua semente por vários sítios do cyberespaço. Porque não é todos os dias que uma freguesia tem como "marca de água" o nome de uma casta como a Touriga Nacional, siga as novidades em Tourigo, berço da Touriga Nacional
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terça-feira, 8 de julho de 2008

4-2 no futsal de V.Moínhos

No domingo, lá houve futsal no magnífico Polidesportivo do Académico de Vila Moinhos.
A espécie de apito final ditou o resultado (4-2), desfavorável para os conterrâneos "azuis e amarelos" da Confraria face aos enviados da Felgueira.
Este resultado correspondeu apenas ao respeito pela continuidade dos anteriores resultados, entenda-se. No entanto, foi um jogo disputado. Apesar do resultado, regista-se o promissor desempenho do guarda-redes, para além dos "mundos e fundos" de outras ocorrências: fintas, livres, lesões, "amarelos" e idas para os balneários mais cedo do que previsto.

Aqui ficam os agradecimentos a todos os jogadores/ técnicos/ assistentes e à claque, que ainda rendeu para aí uns €10 à caixa.
Na próxima sexta-feira, dia 11, é noite de mais um jogo, que nada adiantará... Não faz mal, outros torneios serão jogados e ganhos pelos "azuis e amarelos" do Tourigo.

JSR, correspondente da Liga dos Últimos nas horas livres

quarta-feira, 19 de março de 2008

Tribo dos Sem Bunda no Rego

Eu, João Sem Rego, tenho andado animado. Não só porque é Páscoa mas porque, em breve, terei uns amigos do peito e parceiros de nome por perto.
É verdade, sim senhor. Está confirmadíssimo.
Fonte segura (ou melhor, rego seguro!): a Tribo dos Sem Bunda vai estagiar em Viseu, entre 18 e 31 de Maio de 2008.
Não acontece disto todos os dias, nas redondezas do Reino Maravilhoso do Rego. Há que aproveitar. E se, como Fernando Ruas frisou, "Selecção rima com coração e europeu rima com Viseu", então a rima impõe-se:

Subindo ao Rego,
O nosso maior aconchego,
E bebendo o LCG do Esporão,
Tornar-se-á vitoriosa a lusa Selecção!

Esta rima talvez resuma o que de melhor se pretende.
Apurou-se que, durante o estágio da tribo, terão lugar treze treinos em Viseu, seis deles abertos ao público e um em Tondela, intercalados por um dia de folga. Eis a deixa...
Scolari, o líder desta tribo, afirmou, entretanto, que Viseu é um "local em que se pode trabalhar com alegria e tem muito verde. Agora começa a primavera e provavelmente terá muitas flores", afirmou, explicando que esses são factores que contribuem para que os "sem bunda" (vulgo, jogadores) vão aos treinos com "mais alegria".
Por outro lado, Scolari avançou que "Naturalmente que quando houver um dia de folga, (os jogadores) têm liberdade para saírem, para fazerem outras coisas e ai não me interessa”. Ok, mas interessa aos chora-que-logo-reguenses…
Segundo o seleccionador, os jogadores poderão ainda saborear as "delícias" gastronómicas de Viseu, salvaguardando que terá de "manter um pouco da estrutura que for feita pelo departamento médico".

Ora, pegando nas deixas, verde, alegria, dia de folga e tal… e já que Fernando Ruas prometeu "festa rija, à beirão," em Viseu, pensei associar-nos à tribo, ou melhor, "aus mininus" (ler com sotaque de terras de Vera Cruz), defendendo que a tribo deve aproveitar a folga e vir ao Rego, até para se habituar com o meio ambiente que sugestiona as paragens da Suíça e da Áustria.

Assim, com os pulmões cheios de ideias frescas, eis a proposta avançada pela joint-venture JSR/João Bernardo da Tojosa:

Folga dos Sem Bunda no Rego

6:00
Despertar no acampamento montado no campo de futebol do Tourigo
Alvorada de vários tiros (pelo menos, um por cada jogador... a ver se algum acerta num tordo)

6:15
Banhos nas infra-estruturas disponíveis (balneários, piscina e poça)
Pequeno-almoço com papas laberças à discrição e pão caseiro

7:00
Reunião de motivação e grito de guerra à neozelandesa
Entrega de mapa de “caça à bunda”
Poção de Leite Com Gás (LCG) para o caminho
Partida para a Rampa do Rego

7:30
Início da caminhada pelo Rego acima
Reconstrução do primeiro moinho
Lançamento da primeira pedra do Museu Bernardo no Rego (a ver se ninguém acerta em ninguém)
Subida pela ribeira até Marruge
Etc. (algumas das actividades são surpresa, pelo que não podem ser, pelo menos, por agora divulgadas)
Nota: nesta caminhada será feita a recolha de reacções e registo de imagens para a reportagem National Regography. Os Sem Bunda terão ainda, intercaladas com as actividades já mencionadas, algumas sessões de regoterapia, para descontrair.

12:30
Descida de bicicleta até ao Tourigo

13:30
Retorno à base
Banhos frios
Repasto com chanfana à moda do Rego (este ponto depende dos Sem Bunda conseguirem apanhar o carneiro)

17:00
Sesta

19:00
Brinde com bebidas da região (cerbeija, licor de touriga nacional e o precisoso LCG)
Reunião de motivação para jogo amigável com equipa do C.C.D. Tourigo

19:45
Repasto com petisquinhos do Rego, rancho e com broa caseira

21:30
Jogo amigável C.C.D. Tourigo - Tribo dos Sem Bunda
Nota: pode vir a ser assegurada a transmissão em directo pela reportagem da "Liga dos Últimos"

23:00 - ...
Cerimónia de entrega da taça à equipa do C.C.D. Tourigo
Festa rija na tenda montada para o efeito, algures no Reino Maravilhoso em redor do Rego
Retorno ao acampamento

Esta é apenas uma proposta.
Que tal?
Vosso
JSR

terça-feira, 18 de março de 2008

A Páscoa e a dorsal do Rego

*

Conseguem imaginar-se nas asas de uma ave e sobrevoar estas paragens?
Fixar cada recorte de um coração que se desenha lá em baixo, entre o Barreiro, Marruge, as Pousadas e o Tourigo?
Com os olhos calmos bem apontados para a serra, sem vertigens, e abraçar tudo quanto a vista alcança. O silêncio, o ar cortante, o sol ofuscante e, no chão, as verdes paragens já a prometer a passagem para a Primavera que está quase a chegar.
Este fim-de-semana é também o fim-de-semana da Páscoa.
Como diz o ditado, "não há sábado sem sol..." e este, mesmo que o sol seja tímido, tem a marca de ser o Sábado Aleluia.
Os sorrisos já se desenham só de pensar no gostoso folar e em arrepiar caminho para desaguar na nossa terra.
É assim.
Por estes dias, como maré que se sabe certa, chegam ao reino maravilhoso em redor do Rego alguns dos que estão, apenas fisicamente, um pouco longe.
Retornam ao berço, conhecendo de cor(ação) o cordão umbilical que não quebra.
A passagem para este tempo novo assinala-se pelas festas, que se multiplicam como flores a desabrochar, e pelas tradições renovadas ao ritmo dos temperos mais saborosos e da velha amiga chanfana.
Enfim, o tempo é marcado pela pressa em ficar.
É a força gregária de certas paragens.
Verdadeiros ímanes a que não se pretende, sequer, resistir.
O Rego é um deles.
Nesta foto aérea dá para perceber bem o efeito da dorsal do Rego: condensa nela todas as terminações nervosas de um corpo cujas células somos cada um de nós.

Votos de uma redentora e saborosa Páscoa para todos!
E que haja vitória do C.C.D. Tourigo na sexta-feira!
Vosso
JSR

* imagem in
http://maps.live.com/

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Tourigo, Touriga e Taça

E porque só daqui a quatro anos é que volta a ser 29 de Fevereiro, aqui fica o registo do Rego neste dia.

No seguimento do recente tema lançado a debate "Tourigo: berço da Touriga Nacional", não podemos deixar de agradecer o comentário do gentil regante - P.vê - dando conta da existência de "um convento no Tourigo assim como uma comunidade de padres que viviam na aldeia. Normalmente estas comunidades monásticas estão ligadas à doçaria tradicional portuguesa e eram também apreciadores e cultivadores do vinho que, neste caso, era também usado para as missas."

A este propósito, refira-se que encontrámos, por curiosidade, uma nota introdutória sobre a região dos vinhos do Dão, que correlaciona exactamente a produção de vinho com o clero:

"Na Idade Média, a vinha foi essencialmente desenvolvida pelo clero, especialmente pelos monges de Cister. Era o clero que conhecia a maioria das práticas agrícolas e como exercia muita influência na população, conseguiu ocupar muitas terras com vinha e aumentar a produção vitícola. Todavia, foi a partir da segunda metade do século XIX, após as pragas do míldio e da filoxera, que a região conheceu um grande desenvolvimento. Em 1908, a área de produção de vinho foi delimitada, tornando-se na segunda região demarcada portuguesa."
in InfoVini, http://www.infovini.com/pagina.php?codPagina=10&regiao=5

Mais referências avançadas por um leitor atento:
"Por falar em Ordem de Cister, o Professor António Manuel Martinho Matoso, no seu livro " O concelho de Tondela - História e Património",indica:
"Possuíam na terra de Besteiros, os mosteiros de Lorvão e Santa Cruz, numerosas herdades.....Situação semelhante se verificava em relação ao Mosteiro de Maceira-Dão, com herdades em...,Tourigo...." Os mosteiros de Lorvão e de Maceira-Dão eram da Ordem de Cister, aquela ordem que se dedicava ao cultivo da vinha."

... estamos perante mais um rego por descobrir!

Até lá, votos que o C.C.D.Tourigo ganhe a taça do torneio de Inverno e faça um brinde com um digno vinho de Touriga Nacional!

Vosso
JSR

_______________________________
Mais referências às Touriga Nacional e ao Tourigo:

I. TOURIGA NACIONAL - A rainha que já foi mal amada
A Argentina tem a Malbec, o Chile a Carmenére, a Itália a Nebbiolo… e Portugal tem a Touriga Nacional. Se alguma vez uma casta representar e identificar os vinhos portugueses, se alguma casta for referenciada como a imagem de Portugal, esse papel caberá sem dúvida à Touriga Nacional, a casta rainha… do momento. Porquê do momento? Porque o sucesso é recente e a Touriga Nacional já foi uma casta proscrita pelos viticultores portugueses. Dominou a região do Dão e foi relevante no Douro antes da invasão da filoxera. Depois, num ápice passou de casta principal a casta maldita. Produzia pouco, desavinhava com frequência, produzia muita parra e pouca uva. Para um viticultor são conjunturas improváveis. Mas a qualidade sempre foi determinante, e para os enólogos a valorização era evidente. Hoje é a casta mais elogiada em Portugal, a casta mais viajada e desejada. Alentejo, Estremadura, Bairrada, Setúbal, Ribatejo, Algarve, Açores – não há região portuguesa onde a Touriga Nacional não seja ensaiada e suspirada. De repe, a Touriga Nacional está presente em todos os contra rótulos, mesmo que por vezes a sua contribuição seja quase irrisória. Mas a Touriga Nacional convence também os mercados internacionais. Espanha, Austrália, África do Sul e Califórnia são hoje países convertidos aos seus encantos e qualidades. Dão e Douro reclamam para si a paternidade da casta Touriga Nacional, que também assume os nomes Preto Mortágua, Mortágua, Tourigo Antigo e Tourigo. A pele grossa ajuda a obter pigmentações profundas. A riqueza em aromas primários inconfundíveis é a imagem de marca da Touriga. Por vezes floral, por vezes frutada, por vezes citrina, mas sempre intensa e explosiva, com ares de nobreza. Os seus atributos são também os seus principais defeitos, porque a exuberância é frequentemente excessiva… Funciona melhor em lote do que a solo, onde em minoria aporta uma magnificência aromática inconfundível. Casta de esperança e simultaneamente confirmação da viticultura nacional, da Touriga Nacional espera-se que abra as portas do mundo aos vinhos portugueses.
in Blue Wine http://www.revistabluewine.com/php/apreciar.php?familia=4&id=43



II. Curiosidades:

O Dão e os Descobrimentos
Antes da partida dos portugueses para a conquista de Ceuta, foi servido vinho do Dão nos luxuosos festejos organizados pelo Infante D. Henrique em Viseu. in InfoVini, http://www.infovini.com/pagina.php?codPagina=10&regiao=5