Paisagens recônditas, sons mágicos, luzes e sombras entroncadas numa deliciosa dança. Parece que nada foi premeditado mas a Natureza manifesta todo o seu esplendor naquilo que suspeitamos ser um acaso... apenas se estivermos distraídos.
Aceitámos o convite e a Natureza levou-nos pela mão, como crianças curiosas e confiantes, às origens do Rego.
A expedição contou com a presença de vários confrades e da precisosa ajuda e sabedoria de ilustres autóctones. Reunidos todos os equipamentos necessários à navegação e orientação e assegurados os mapas, os transportes e a boa-disposição, a expedição fez-se ao caminho, crente que iria ao encontro de uma experiência única. O que está documentado nas fotos e vídeo não se compara às tatuagens maravilhosas que ficaram registadas, com delicadeza, nas retinas e no coração de cada um.


Seria possível cruzarmo-nos, a qualquer momento, com um nativo esquivo ou, então, poderiamos estar a ser observados por olhares que se confundiam no verde da vegetação, deixando-nos confusos.
O grupo seguiu até que encontrou o berço do Rego. Ali, ele próprio. O sítio onde o Rego começou a ser talhado, como escultura moldada em pedra meiga.Para lá, esperava-nos a conquista do vale... que vale sempre a pena!
O berço do Rego


A expedição seguiu, sem o delírio de D. Quixote mas com a frescura própria dos que, sem medo, se afeiçoam ao Rego.
Certo é que, quando entrámos naquele vale (quase desfiladeiro) ficámos com a ideia de uma frase perdida: "Talvez a vida seja como à saída de uma caverna: não sabemos se foi sonho ou realidade."
Mas esta "caverna" existe e as sombras nela não são ilusões. O caminho até lá espera, paciente, os nossos passos...
Amanhã, a continuação da expedição.
JSR